MDS

Este blog foi criado como E-portefólio da Unidade Curricular Media Digitais de Socialização (MDS), no ambito do Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia, edição 2011.

Ao longo deste blog, serão feitas reflexões sobre os vários temas e actividades desenvolvidas na UC MDS.

De forma breve, clara e mais objectiva possivel tentarei deixar aqui os aspectos mais importantes, sem fazer uma abordagem exaustiva.



quarta-feira, julho 20, 2011

Análise e reflexão final


Após a realização das actividades propostas, interessa fazer uma breve reflexão sobre os aspectos abordados ao longo desta UC.
Uma grande parte do conteúdo da UC Médias Digitais e Socialização esteve virada para o estudo da Construção da Identidade dos jovens.
Depois de interagir com os colegas nos Foruns (A2, A3 e A4) algumas questões relevantes devem ser retidas. Com particular atenção para a visão de Erikson sobre a construção da identifdade. Erikson (1972) refere que “construir uma identidade implica definir quem a pessoa é, quais são seus valores e quais as direcções que deseja seguir pela vida.”
Kimmel e Weiner (1998) resumem os compromissos com que as pessoas estão implicadas em três atitudes: atitudes ideológicas (valores e crenças que guiam as acções); atitudes ocupacionais (objectivos educativos e profissionais); e atitudes interpessoais (orientação de género que influencia as amizades e relacionamentos amorosos).
Para Bosma (1994), a adolescência é o período de desenvolvimento da identidade pelas mudanças que ela comporta. Só com um funcionamento cognitivo adulto é que o indivíduo
pode tratar questões abstratas como escolha profissional, filosofia de vida, relacionamentos amorosos e estilos de vida. “O adolescente torna-se progressivamente consciente da irreversibilidade de um bom número de escolhas com as quais ele é confrontado” (p. 292).
Factores como a familia, sociedade, gurpos de convivio e redes sociais, são alguns que se destacam pela sua influencia na construção da identidade.
A construção da identidade é um processo e deve ser direcionado na infância até a adolescência. “Se não faz isso durante a adolescência, que é o momento oportuno, o mais provável é que acabe acontecendo mais tarde,” afirma Nancy Van Pelt. (2006, p. 86)
A identidade da criança se construirá naturalmente conforme seu desenvolvimento. Por isso aqueles que os tem sob sua responsabilidade devem estar atentos para conduzi-las nesse processo.
A teoria do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson prediz que o crescimento psicológico ocorre através de estágios e fases, não ocorre ao acaso e depende da interacção da pessoa com o meio que a rodeia.

Um contexto social não estruturado pode levar a uma crise de identidade. Como não é possível separar a crise de identidade individual com o contexto histórico da sociedade em que se insere o indivíduo, momentos de crise como guerras, epidemias e revoluções influenciam o adolescente em larga escala, quanto aos seus valores morais, por exemplo.
Hoje os jovens fazem o uso dos média digitais, para exporem os seus sentimentos, pensamentos sobre vários assuntos do seu dia-a-dia e, em muitas situações, usam as redes sociais (HI5, Facebook, orkut, entre muitos outros) e chats como meio de integração e interação social. Muitos procuram aceitação através das várias comunidades ou grupos que se formam nas redes sociais. Através dessa interação, os jovens vão construindo a sua identidade, afinal a identidade constrói-se nasexperiências vividas através de um subtil jogo de identificações.
Deste modo a construção da identidade é fruto da combinação ou mistura das tecnologias sociais, culturais e digitais. As tecnologias - social, cultural e digital - estão em constante interação nos ambientes de aprendizagem, fazendo a mediação do diálogo e da participação dos e para os jovens.

Oportunidades autênticas de participação são criadas através da apropriação partilhada das múltiplas tecnologias que permitem o desenvolvimento da identidade, a participação significativa na atividade democrática e a interação, comunicação, envolvimento, compromisso e negociação entre os jovens e os adultos.


terça-feira, julho 19, 2011

ACTIVIDADE 4 - ANÁLISE DA IDENTIDADE EM SITES SOCIAIS



Entrevista a jovens sobre a utilização social dos media digitais
Objectivo: Caracterizar a utilização social dos media digitais pelos jovens e sua relação com o processo pessoal de construção de identidade e socialização.
Competências: Capacidade de análise e interpretação da perspectiva juvenil acerca da utilização social dos media digitais. O que fazer?
( Actividade Individual)
1º) Análise no Fórum A 4, de um guião de entrevista sobre utilização social dos media digitais. Recolha de contribuições para o desenho da versão final deste documento. Fórum A4 ( 30 de maio a 08 de Junho);
2º) Realização de entrevista a 2 jovens (masculino e feminino), com base no guião de entrevista definitivo;
3º) Análise e interpretação da mesma (suportada por excertos) à luz do quadro teórico trabalhado na Actividade 2 e 3. Apresentação dos resultados em power point e envio dos protocolos de respostas obtidos nas entrevistas realizadas. Fórum A4 até 15 de Junho;
4º) Discussão conjunta em Fórum das análises realizadas, entre os dias 15 a 19 de Junho.

Seguindo o guião disponibilizado, foram efectuadas as entrevistas que posteriormente que produziram os resultados apresentados AQUI!.

Em função de estar num país com realidade diferente da apresentada em muitos trabalhos, onde as TIC ainda estão distantes de muitos, é importante referir alguns aspectos que se destacaram durante a realização das entrevistas:

Em Angola, grande parte dos jovens só tem contacto com as ferramentas/tecnologias depois de estarem no nível médio ou superior ao contrário dos jovens portugueses que têm contacto com as TIC muito mais cedo. Talvez por isso os jovens entrevistados em outros trabalhos apresentados, estejam mais habituados à nova febre das redes sociais, enquanto na opinião dos jovens Angolanos existe muita difamação e violação de privacidade.

Há ainda à considerar a questão cultural: os angolanos valorizam muito a família e os amigos, mas de forma mais tradicional...Angola ainda é um país onde se pode perfeitamente ver os parentes e amigos no fim do dia, onde o trabalho não impede o convívio social...talvez por esse motivo as redes sociais estejam por cá, em segundo plano.
Mas pouco a pouco a situação vai mudando, especialmente nas zonas urbanas (nas cidades capitais), pois a vida já tem um ritmo mais corrido e não se pode parar o desenvolvimento. Aqueles (poucos) que têm acesso as várias TIC vão usando para expressar livremente as suas opiniões sobre vários aspectos sociais, económicos e políticos.
O desenvolvimento tecnológico vai certamente chegar a este país....é um caminho longo certamente, que deve passar também pelo desenvolvimento social, pois tal como disse Michael Harrington "Quando existe avanço tecnológico sem avanço social surge, quase automaticamente, um aumento da miséria humana."


O vídeo que se segue é um claro exemplo de como o desenvolvimento tecnológico afecta a vida não só dos jovens, mas também das instituições empresariais.



Como se vê, dentro da mídia, as redes sociais de relacionamentos como, Orkut, Twitter, Facebook, My Space, Linkedin e jogos como o Second Life, dentre outros, configuram-se como um cenário amplo em que é permitido construir e divulgar a - ou as, já que o plural revela-se sempre mais adequado para falar de identidade - concepção identitária que se deseja.
Com o advento da internet e a forma como consequentemente as redes virtuais de relacionamento interferem nas questões de identidade, o tema mostra-se extremamente atual. A identidade está em tudo. É representada na cultura de consumo, em que a materialidade do consumo é quem sustenta a identidade.

As redes sociais configuram-se como um local onde essa e outras vertentes das representações identitárias convergem. Veicula-se no Orkut, Twitter, Facebook, My Space, Linkedin e tantas outras, aquilo que se é, ou aquilo que se almeja ser. É um espaço de construção dos sujeitos.Um local onde aqueles que se identificam unem-se sob a perspectiva do pertencimento.

Pertencer a uma determinada comunidade virtual é compartilhar um mesmo território, os mesmos sentimentos e impressões. É exibir-se da forma que se achar mais conveniente, carregando consigo a segurança de ter ao lado várias outras pessoas que pensam da mesma forma e que assim reforçam o ideal de grupo.
 A construção das identidades, virtuais ou não, ocorre no espaço do simbólico. Toda concepção identitária se esboça em forma de representação e no caso das redes virtuais de relacionamento, a representação do indivíduo se dá por meio da publicização do eu.

ACTIVIDADE 3 - MEDIA DIGITAIS E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL



Actividades Sociais e Desenvolvimento da Identidade nos Jovens

Objectivo: Reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.


Competências: analisar e discutir o papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.

O que fazer?

1º) Constituição livre dos grupos de trabalho ( máximo 3 elementos);

2º) Tendo por base a bibliografia a seguir ( o grupo deverá seleccionar um dos textos sugeridos, como texto de apoio para esta actividade) elabore um texto de 5 a 8 páginas sobre "O papel dos media digitais na construção da Identidade social dos jovens."

3º) Apresentação no Fórum A3 dos textos efectuados até ao dia 22 de Maio;

4º) Discussão conjunta dos textos apresentados pelos diversos grupos, entre os dias 23 a 29 de maio.

Recursos de Aprendizagem

Texto 1

Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47.

Texto 2

Texto 3



Texto 4

Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.

Texto 5

Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.


Texto 6

Yardi, S. (2008). Whispers in the Classroom. In Digital Youth, Inovation, and the Unexpected: 143-164.

Texto 7


Texto 8



Do resumo feito do texto 5 e também da analise feita dos trabalhos resultantes de outros textos mencionados nesta actividade, vale ressaltar alguns aspectos relacionados ao papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.




Para PawelC. (1996), a influência da mídia na formação da personalidade dos jovens, estimulando uma erotização precoce deve ser examinada com muita cautela, mas não elege a mídia como vilã, deformadora de mentalidades, exploradora da sexualidade, movida exclusivamente pelo desejo perverso de aumentar a demanda de um certo produto comercial. Pawel (1996) não acredita que a mídia seja um fenómeno isolado do restante da sociedade, ele simplesmente reflecte e confere visibilidade aos anseios de seres humanos concretos que foram directa ou indirectamente consultados e que determinam os rumos da comunicação de massa.

Para este psiquiatra e psicoterapeuta brasileiro, entender os meios de comunicação como uma instância de poder aquém do nosso controle, manipuladora de consciências, é uma posição bastante cómoda quando se quer eximir-se da responsabilidade diante do processo social, que é de interesse de todos. Powel diz ainda que, antes de crucificar a mídia, deveríamos nos perguntar que sociedade queremos para nós e para nossos filhos, deveríamos parar e perguntar aos jovens com qual mundo eles sonham e, na medida do possível, ajudá-los a construí-lo. Pawel (1996) acredita que no momento que este diálogo tornar-se efectivo, a mídia estará permeada de programas excepcionais.

Hoje os jovens fazem o uso dos média digitais, para exporem os seus sentimentos, pensamentos sobre vários assuntos do seu dia-a-dia e, em muitas situações, usam as redes sociais (HI5, Facebook, orkut, entre muitos outros) e chats como meio de integração e interacção social. Muitos procuram aceitação através das várias comunidades ou grupos que se formam nas redes sociais.

Através dessa interacção, os jovens vão construindo a sua identidade, afinal a identidade constrói-se nas experiências vividas através de um subtil jogo de identificações. Se na infância os nossos modelos identificatórios são os pais, na adolescência vão ser os jovens da mesma idade.
S; Brooker A, & McDermott, M (2008) em Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation afirmam que: "O uso diário dos media digitais pelos jovens aproxima o mundo formal do mundo informal, permitindo-lhes afirmar as suas identidades face às políticas que os afectam."

Com base nisso, nem sempre os jovens sabem seleccionar as pessoas com quem devem interagir e trocar ideias. A psicopedagoga Felice (1996) defende que a adolescência é a fase de trocas, mas isto não implica na ausência de limites, que são necessários e fundamentais para trazer segurança.

Realmente em função da realidade cultural de cada país, a influência exercida pelos média na formação da identidade varia.

Pacheco R. realizou alguns estudos e afirma que: "mídia. A moda é ditada pela publicidade, pelo que vem de "fora", que depois é adaptado à realidade local. O que se come, o que se bebe, o que se veste ou a música que os jovens ouvem, tratando-se destes três países de língua portuguesa é tudo muito parecido."
 
Existe uma homogeneização cultural onde o jovem perde cada vez mais a ligação com a sua cultura, com a cultura de seu país e se liga a uma cultura globalizada, uma cultura de massa. Desta forma, podemos ver que as informações que circulam nos midia influenciam a construção da identidade dos jovens de várias maneiras. Hoje a publicidade circula por todo o lado e é também um factor que influência a formação da identidade do adolescente.
Para além das possibilidades das mídias digitais, ou da TV, do rádio e mais recentemente do telemóvel enquanto espaço midiático, o que se observa são novas formas de comunicar, divulgar, produzir e perceber o mundo, que colaboram para modificar as noções de tempo, espaço, fronteiras, sociabilidades e, inclusive, linguagens.
Sobre as modificações na linguagem, não só as mensagens no telemóvel ou o MSN estão colaborando para o desenvolvimento de outras formas de comunicação. A convergência digital aponta para algumas mudanças de linguagem que, a médio e longo prazo, deverão ser objecto de reflexão pelos pesquisadores das Ciências Sociais e Humanas.
 
No contexto das novas tecnologias, portanto, especialmente no contexto do espaço criado a partir das redes de conexão entre computadores - o ciberespaço -, as identidades juvenis contemporâneas passam por reconfigurações quanto aos processos de socialização, o que pode ser percebido pelo modo como esses atores sociais absorvem e negociam os significados criados, sobre a internet, no âmbito dos vários sistemas de representação que circulam na cultura hodierna, criando, dessa forma, novas ritualizações.